quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Frutos do PEAD

Quando penso sobre a minha prática antes e depois do curso, já não me reconheço. A Universidade, através de seus professores, contribuiu significativamente para o meu crescimento pessoal e intelectual. Ao longo deste processo consegui construir e ampliar meus conhecimentos, pondo em prática o que, no decorrer do curso, foi fundamentado teoricamente nas aulas.

Ao iniciar o PEAD existiam muitas dúvidas, não que hoje elas não existam, mas sei que, com as leituras e com a prática, algumas certezas ficaram e, entre essas encontrei segurança para afirmar que, nós professores, não fazemos milagres, mas podemos criar um ambiente informal e agradável de aprendizagem e diálogo. Muitas vezes, observo que professores, ainda hoje, associam aprendizagem a alunos quietos, comportados. E que uma aula realmente produtiva é quando todos baixam a cabeça e trabalham, sem barulho ou questionamento. Paulo Freire (2005) faz uma afirmação que expressa muito bem o quanto a ação é importante na construção do conhecimento. Segundo ele, não é no silêncio que os seres humanos se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação e reflexão.

Enfim, encerra-se aqui esta etapa, mas não a busca. O que sou hoje é fruto de muito estudo, dedicação e, sobretudo, disponibilidade de mudar. E a nós, educadores, cabe o compromisso de garantir a educação do aluno. Fazemos parte da história de cada um, assim como ele também faz parte da nossa história. É essa consciência que deve nos dar força para romper o preestabelecido, traçar caminhos que sejam capazes de modificar, transformar e garantir a maior participação possível

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

De acordo com a interdisciplina Linguagem e Educação

É comum identificarmos, ainda hoje, em nossas escolas técnicas de alfabetização, onde professores, apesar de recém formados, alfabetizam considerando apenas o processo de aquisição de códigos alfabéticos e numéricos, ignorando o fato de recebermos em nossas classes sujeitos já letrados. No entanto, considerando o trabalho com a linguagem, enquanto educadores, devemos privilegiar a leitura e a escrita no que concerne as várias possibilidade de falar e escrever um texto, de acordo com o contexto, o objetivo e quem vai recebê-lo. Só assim, valorizando as pessoas que os alunos são e os conhecimentos que tem, considerando seu modos de falar e suas histórias poderemos pensar numa educação para a libertação e não alienação. De acordo com as considerações de Kleiman, 2006, sobre a linguagem oral e escrita:

Um olhar que veja a linguagem oral e escrita não através das diferenças formais, mas através das semelhanças constitutivas, permite que pensemos a aquisição da escrita como um processo que dá continuidade ao desenvolvimento linguístico da criança, substituindo o processo de ruptura, que subjaz e determina a práxis escolar(v. por exemplo, de Lemos, 1983; Terzi, 1992, e neste volume).”

Partindo deste princípio, e da difícil realidade enfrentada por nós professores de séries iniciais na exploração da linguagem oral e escrita, e do fascínio que o computador exerce sobre as crianças, as tecnologias podem ser usadas enquanto meio de continuidade ao desenvolvimento linguistico do aluno, já que fazem parte do cotidiano dos mesmos, potencializando aprendizagens.

Tipos de Linguagem

Ainda na interdisciplina de Linguagem e Educação aprendemos que na convivência social, é importante saber empregar uma linguagem adequada nas diferentes situações. Por exemplo, em casa ou numa roda de amigos, o tipo de linguagem utilizada pode ser mais descontraída, já numa entrevista de emprego, ou no ambiente de trabalho, deve-se utilizar uma linguagem mais formal. Da mesma forma ocorre com a escrita, que nem sempre é formal ou planejada, como é o caso da escrita de um recado ou bilhete, ao contrário, ao fazer um discurso em público, se faz necessário uma clareza e organização maior. O mesmo acontece com os recursos disponibilizados na internet, nas salas de Bate-papo ou no MSN, a linguagem é mais informal, já quando é necessário a realização de um trabalho escolar, por exemplo, esta linguagem não é adequada.

No entanto, tais diferenças leva-nos a refletir sobre o processo de ensino, no que diz respeito ao trabalho com oralidade, leitura e escrita na escola hoje. Será que estamos respeitando a diversidade cultural nas nossas salas de aula? E se estamos respeitando, também levamos novos conhecimentos, agregando ao repertório de nossos alunos outros tipos de produção escrita, demonstrando seus diferentes usos?

Linguagem e internet

Nos estudos realizados na interdisciplina Linguagem e Educação do eixo VII, aprendemos que a língua, seja falada ou escrita reflete a organização da sociedade, do mesmo modo que representa as tradições de um grupo social e evidencia traços de sua cultura. Também, tanto na linguagem oral, como na escrita, seus usos podem sofrer alterações dependendo o lugar ao qual falamos e quem nos ouve. Se pensarmos sobre estes diferentes tipos de usos da linguagem e a internet perceberemos que uma nova forma de uso da linguagem surgiu, e o uso de ferramentas como o MSN exemplifica perfeitamente o novo tipo de uso coloquial da linguagem. Para o educador atento, explorar o uso da informática virtual e seus diversos tipos de linguagem pode ser um importante diferencial no que se refere a uma aprendizagem significativa que reflete a organização da sociedade contemporânea.

Comunicar-se com diversas pessoas conectadas na rede, desenvolver pesquisas através de consulta aos textos e hipertextos na internet, disponibilizar uma página pessoal criando uma identidade dentro da rede, estes são alguns dos projetos que se desenvolvem nas escolas.

O lugar que a internet vem ocupando na educação, quando orientado pelos professores e pelas professoras, é caracterizado como uma estratégia democrática de expressão para os alunos e as alunas.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Reflexão sobre o papel do professor

Pensando na minha prática e no meu papel enquanto educadora, o PEAD certamente teve um papel fundamental em cada mudança. Hoje, acredito que o professor ideal é aquele que interage com os alunos, se comunica, e se junta ao aluno na aventura que é descobrir o novo. Porém sabemos que a realidade é bem diferente, ainda temos muitos professores presos ao passado, e embora tenham cursado até mesmo as melhores faculdades, suas teorias estão longe de uma prática educativa centrada no aluno e em suas experiências. Convivo com muitos professores que passam o dia reclamando e falando o quão árduo é o dia de trabalho, que os alunos não querem aprender. Muitas vezes me pego analisando tais colegas e pensando o que será que estão fazendo ali, se desacreditam na educação e no futuro das nossas crianças. O que será que fazem para despertar o interesse do seu aluno? Será que despertam neles o gosto pelo saber?

Este é o grande desafio de cada educador hoje: despertar no aluno a curiosidade, o gosto pelo aprender. Não é ensinar respostas, é ensinar à pensar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eixo VI, filosofia e o conhecimento

Ainda no eixo VI, na interdisciplina de Filosofia, de acordo com os textos de Kant e Adorno, é incontestável o fato de que somente através do esclarecimento e de uma educação reflexiva é possível que o homem se torne um verdadeiro homem, capaz de saber discernir o certo do errado, o bem do mal. E que a única maneira de avançarmos contra o caráter manipulativo da sociedade atual é a autonomia, a reflexão e autodeterminação do sujeito, no sentido de compreender os acontecimentos históricos do passado e relacioná-los às consequências na sociedade de hoje criticamente. Para tanto, como diz Kant, não é suficiente treinar as crianças, é preciso que aprendam a pensar.

Assim, se corretamente utilizada, a informática educativa, pode ser excelente aliada do professor, na medida em que o seu desejo seja de tornar-se um facilitador do aprendizado, conduzindo os alunos, de forma individualizada, à busca própria do conhecimento. O quadro-negro substituído pela tela do computador, e o giz pelo mouse. O mundo real se transformaria na realidade virtual das telas do computador, abertas à exploração livre do aluno. Desta forma, a escola deixaria de ser o ambiente chato, obsoleto, ultrapassado, e assemelhar-se mais ao mundo que a criança realmente vivencia fora da escola, cercada de estímulos visuais.

Estudos sobre Piaget e a aprendizagem na informática

No eixo VI, na interdisciplina Psicologia II, os estudos sobre Piaget e suas concepções sobre o processo de aprendizagem, são certamente condizentes com o objetivo que é proposto no uso das Tics na educação, visto que a informática não se resume em um computador centralizado num laboratório da escola, com a finalidade de conectar-se à internet ou para ensinar a usar um editor de texto ou uma planilha de cálculos. A informática é aquela que vai estar presente na sala de aula, mediada pelo professor, para apresentar complemento às atividades desenvolvidas em sala de aula utilizando algum computador e softwares específicos para auxiliar as atividades de geografia, história, matemática, etc..., utilizando softwares específicos dessas disciplinas para propor ao aluno um modelo diferente de aprendizado. Modelo este que, assim como as concepções de Piaget, se constrói através da ação, a partir das relações que as crianças estabelecem com o mundo. Piaget considera que um dos objetivos principais deve ser ensinar a criança a observar os fatos cuidadosamente, perguntar, interpretar e registrar, e isto é também proporcionado pela informática educativa.

Sabendo disso, o educador deve promover atividades que possibilite aos educandos reconhecer-se como sujeito ativo e participante do processo de aprendizagem, situando-se nos diferentes espaços e tempos existentes, compreendendo as relações através da interação com o meio.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Aprendizagem e informática

Segundo Almeida (1999, p.19), apesar de estarmos num momento em que a disseminação do computador na educação atingiu larga escala, o impacto das mudanças que ele pode provocar ainda não ocorreu. O desafio ainda é o emprego do computador como ferramenta educacional com a qual o aluno interage no sentido de resolver problemas significativos. Isso pode ocorrer, por exemplo, através do uso de aplicativos como processador de texto, planilha eletrônica, gerenciador de banco de dados, ou mesmo de uma linguagem de programação que favoreça a aprendizagem ativa – isto é, que propicie ao aluno a construção de conhecimentos a partir de suas próprias ações.

A Mesa Educacional Alfabeto, objeto do meu estudo para o TCC, remete a este objetivo enquanto proposta educacional. Por meio dos softwares, é possível ensinar, aprender, simular, estimular, sob a ótica de uma aprendizagem ativa, estabelecida através da interação do aluno e as respostas do computador, promovendo a participação ativa do aluno. E ele torna-se autor e condutor do processo de aprendizagem, que pode ser compartilhada com o professor e com os demais colegas.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Novo perfil da escola

A escola atual como conhecemos está com seus dias contados. Esta instituição detentora do saber e conhecimento, centro de transmissão de cultura e formadora de conhecimento científico, terá que se transformar. Neste novo sentido de escola, deverá visar menos à memorização e mais às capacidades de analisar, inferir, prever, resolver problemas, continuar a aprender, adaptar-se às mudanças, trabalhar em equipe, intervir solidariamente na realidade. É aí que entra a “aprendizagem colaborativa” tão estudada e vivenciada por todos nós alunos do Pead. No texto “Aprendizagem colaborativa assistida por computador”, leitura sugerida pela interdisciplina Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação (Eixo I), entende-se que:

A aprendizagem colaborativa destaca a participação activa e a interacção, tanto dos alunos como dos professores. O conhecimento é visto como um constructo social e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interacção, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e propiciem o crescimento do grupo.”

Neste sentido, as redes eletrônicas permitem que a escola se abra para o mundo e dele extraia a informação, e o aluno, munido desses instrumentos, interage mais com o conhecimento e com a cultura, facilitando a tarefa do professor. Com as redes eletrônicas, o professor e o aluno passam a ser editores de suas próprias produções.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eixo I - Tics na escola

Tendo em vista os estudos realizados durante o curso, algumas das interdisciplinas se aproximam mais do assunto ao qual estou abordando no meu TCC, uma delas foi Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação (Eixo I). No texto, “A integração das TIC na escola: desafios, condições e outras reflexões...”, de acordo com o autor:

“As TIC deverão ser introduzidas logo a partir do pré-escolar, tendo em conta a idade dos alunos e a sua receptividade, que constituem um trunfo. (...) Ensinar com as TIC deverá corresponder a uma prática educativa global, planeada, inserida numa ampla estratégia educativa centrada no aluno, tornando os alunos activos e criativos, renovando as formas de acesso aos conhecimentos e oferecendo novas formas de aprendizagem.”

Assim, é fato que na era da informação, onde as tecnologias sofrem alterações constantemente, a escola não poderá se mostrar indiferente e os professores precisam estar abertos para incorporar esta nova realidade e estar abertos para mudanças, desde o ingresso do aluno no ambiente escolar. Sua nova postura deverá ser de facilitadores e coordenadores do processo de ensino aprendizagem (TAJRA, 2000).

Temática para o TCC

Durante o meu estágio diversas foram as situações as quais certamente poderiam ser temas de investigação para o meu TCC. No entanto, o assunto que mais me instigou e motiva para tal objetivo é o uso das Tics enquanto apoio pedagógico à aprendizagem.
É fato que, além dos aspectos positivos à aprendizagem, muitos estudos agregam valores educativos às modernas tecnologias da informação. Uma área que vem sendo foco de atenção, dentro da informática educativa, diz respeito às contribuições que a mesma pode oferecer para os problemas escolares de aprendizagem. E é neste âmbito que pretendo desenvolver o meu TCC, visto que, ao longo do curso e estágio, uma das propostas que venho colocando em prática na escola é oportunizar um ambiente de aprendizagem enriquecido pelo computador.
Neste sentido, o ponto de partida para elaboração do meu TCC será o uso das Tics e suas possibilidades no auxílio à aprendizagem, focando no processo de alfabetização, visto que esta é a faixa etária na qual realizei meu estágio, assim como investigar de que forma a aprendizagem colaborativa auxiliou no avanço dos alunos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Chegando ao fim do estágio

Estou chegando na última semana de estágio. Durante este período muitas foram as reflexões e acredito que também várias foram as mudanças e aprendizagens. Na vida é preciso saber o que desejamos para nós mesmos e para os outros, é preciso saber quais são os valores, as idéias que nos orientam, é preciso ouvir e aprender com os nossos próprios erros, é preciso aprender a aprender e a criar, é preciso pensar.
Talvez devêssemos, então, refletir sobre como vemos o mundo, e também sobre como pensamos, já que é o nosso próprio viver que, neste estágio, está envolvido.
Para tanto, de acordo com Piaget, o pensamento se constrói através da ação. Desta forma, o desenvolvimento infantil se dá a partir das relações que as crianças estabelecem com o mundo. Ele considera que um dos objetivos principais deve ser o ensinar a criança a observar os fatos cuidadosamente, perguntar, interpretar e registrar.
E foram estas concepções que nortearam a minha prática de ensino. Tendo em vista sempre que as vivências e as perguntas estimulam as crianças a elaborarem as suas próprias questões. Pois não se trata aqui de perguntar apenas por perguntar, mas sim de reconstruir e organizar idéias, exercitar a criatividade e a capacidade de argumentação lógica, utilizar o bom senso e chegar a algumas conclusões, mesmo que provisórias.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Diálogo em sala de aula

Gostaria de destacar aqui a importância do diálogo na prática docente. Muitas vezes observo que professores, ainda hoje, associam aprendizagem a alunos quietos, comportados. E que uma aula realmente produtiva é quando todos baixam a cabeça e trabalham, sem barulho ou questionamento. Paulo Freire tem uma fala que expressa muito bem o quanto a fala é importante na construção do conhecimento. Segundo ele, não é no silêncio que os seres humanos se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação e reflexão.
Penso que esta afirmação expressa de forma clara a proposta que venho desenvolvendo em minhas aulas, visto que através do incentivo ao diálogo, do confronto de idéias, da investigação e curiosidade torna-se possível refletir, procurando dar significado ao que pensamos e com isto construir novos conhecimentos e experiências.
Vygotsky, neste sentido afirma que a relação dos indivíduos com o mundo não é direta, mas mediada por sistemas simbólicos, onde a linguagem ocupa papel central, pois além de possibilitar o intrecâmbio entre os indivíduos, através dela o sujeito consegue abstrair e generalizar o pensamento.
Vale acrescentar, que ao estruturar o pensamento, o desenvolvimento lógico matemático se constitui e com isto os alunos apresentam mais facilidade em interpretar, solucionar e resolver problemas matemáticos, fato este que fica evidenciado quando propomos tais atividades e a grande maioria consegue realizá-la, como a turma em que faço estágio.
Então, concluímos que o desenvolvimento da criança é um processo dinâmico, que se dá através da interação. Desenvolvendo a afetividade, sensibilidade, auto-estima, raciocínio, pensamento e linguagem.

A importância do brincar

Refletindo sobre a prática docente, um dos aspectos que acredito ser importante destacar é a importância do brincar. Tenho observado, e não são poucas vezes, muitos colegas usarem como punição ao mau comportamento a retirada do recreio, momento que os alunos possuem para poder extravasar, conversar, pular corda, correr, enfim, brincar. Outra coisa que me chama atenção é a ruptura que ocorre quando os pequenos saem do 1º ano e passam para o 2º. Antes estavam acostumados com uma rotina, rodinha, hora do brinquedo, higiene, atividades. Quando avançam para o ano seguinte me parece que passam a ser adultos. Os momentos da rodinha e do brinquedo acabam, a preocupação dos professores, em sua maioria, é alfabetizar. No 3º ano então nem se fala, muitos colegas nem cogitam a idéia do brinquedo. Isto porque o brincar é encarado por muitos professores como sendo uma tarefa improdutiva, e que os alunos estão na escola para aprender e não para brincar.
Entretanto, não sabem estes professores, o quanto é importante o brincar no dia a dia das crianças, pois ajuda a desenvolver algumas capacidades como coordenação motora, atenção, raciocínio lógico. Também estimula a socialização, a imaginação e a criatividade. É através de suas brincadeiras que as crianças expressam, elaboram papéis, desenvolvem seus sentimentos, assimilam e exploram o mundo. De acordo com Vygotsky, 2003, p.108:
“A brincadeira expressa a forma como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo a sua maneira. É também um espaço onde a criança pode expressar, de modo simbólico, suas fantasias, seus desejos, medos, sentimentos agressivos e os conhecimentos que vai construindo, a partir das experiências vividas.”

Assim, em minhas aulas, a fim de resgatar a ludicidade e também o relacionamento e respeito entre os alunos, estou propondo a hora do brinquedo, momento este em que também poderei observar como cada um deles aprende, se relaciona, se expressa e levanta hipóteses, porém respeitando sempre o rumo da brincadeira, aceitando o seu caráter aleatório e improdutivo, característico do brincar.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aproxima-se o final de um trimestre e é simplesmente impossível deixar de mencionar a tão problemática avaliação. Alunos nervosos, professores agitados. Falas do tipo “Hoje tem prova de matemática, não sei nada, acho que vou rodar”, são comuns nos corredores da escola. A educação mudou, os métodos mudaram. Nos é proporcionado inúmeros cursos de formação, e ainda a avaliação é motivo de polêmica no ensino. Parece que se não houver a tão temida “prova”, não é possível avaliar o meu aluno. No entanto, foi através das aprendizagens no PEAD que pude aos poucos modificar também esta concepção de avaliação.
Neste sentido, a interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação veio a contribuir significativamente nestas mudanças. Assim, compreendi que a avaliação, numa visão progressista, implica num redimensionamento participativo de todos os envolvidos com a educação. Implica numa proposição investigativa diária, real, acerca de como os alunos concebem o conhecimento.

“... A avaliação não poderá ser algo que formalmente se faz apenas para cumprir a lei, ou, num dado momento por razões de ordem exclusivamente administrativa, para atender o calendário do estabelecimento e atribuir nota ou conceito aos alunos, a ser transcrito em seus assentamentos escolares. É, antes, uma existência intrínseca do próprio processo de ensino – aprendizagem, de vez que tanto o avaliador como o sujeito precisam conhecer os resultados alcançados, inclusive para que ambos possam, quando necessário, reorientar suas atividades. Complementando essa linha de idéia, cabe ainda dizer: a avaliação em que pese sua importância, não constitui fim em si mesma, ou algo que comanda o processo de ensino – aprendizagem, antes, pelo contrário, a ele deve submeter-se.” (Parecer 231/82 do CEE)

Hoje em minha prática pedagógica, o uso da avaliação, de caráter obrigatório e como única forma de testar o conhecimento de meus alunos não existe mais. Busco outras formas de avaliar, considerando o indivíduo como parâmetro dele mesmo, o que não significa ausência de critérios e viver de improvisação, ao contrário, é a partir da observação diária do meu aluno, do olhar atento ao caderno e as atividades propostas, que consigo avaliá-lo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Reflexões sobre minha prática docente

Refletindo sobre a minha prática educativa, em como iniciei e em que tipo de educadora me transformei, acredito que houve significativas mudanças.

Inicialmente, quando comecei a dar aulas, não seguia nenhum método de ensino, tinha apenas a noção de que para educar precisava transformar os alunos em agentes críticos, autônomos e capazes de modificar a realidade social. No entanto, como deveria fazê-lo não tinha a menor idéia. Assim, simplesmente entrava na sala, dava os ditos conteúdos e cobrava posteriormente, através de avaliações, a aprendizagem.
Posso dizer que hoje tenho outro pensamento a respeito do meu papel enquanto educadora, e as aprendizagens no PEAD contribuíram significativamente para esta mudança.

Neste contexto, Paulo Freire em seus livros, nos motiva a abraçarmos a educação de forma objetiva, conscientes e certos de que é possível contribuir para a construção de um mundo mais ético, mais humano e mais solidário, e é nisto que hoje está pautada minha prática.

Diante disso, nas minhas aulas sempre procuro trazer reflexões a cerca da realidade em que vivemos, tendo em vista que é essencial o indivíduo conhecer a realidade em que vive para analisar criticamente a sua posição enquanto indivíduo membro de um grupo social. A partir desta concepção, aprender, não apenas para se adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a, e é papel do educador, não apenas o ensino dos conteúdos, mas ajudar na formação moral do educando, preparando ele, para não ser apenas um objeto da sociedade, mas um agente transformador da mesma.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Alfabetização e Letramento

Durante as semanas que passaram algumas situações fizeram-me repensar o meu planejamento. A professora titular já havia mencionado sua preocupação quanto as dificuldades dos alunos na leitura e escrita. No entanto, inicialmente, achei que poderia ser um pouco de ansiedade dela e que os alunos aos poucos, no decorrer das minhas aulas apresentariam progressos. Progressos estão havendo, porém ao pensar no projeto, que tem como foco principal a troca de correspondências, não imaginei o quanto seria difícil avançarmos por todas as etapas que a atividade necessita. De cara já me deparei com as dificuldades no preenchimento do envelope, nome completo, endereço, depois a escrita da carta propriamente dita. Precisei realizar primeiro uma simulação, escrevendo uma carta para a professora deles, onde eles íam me dizendo o que escrever e eu fazia a organização no quadro. Enfim, tais dificuldades me remeteram aos estudos realizados na interdisciplina de Linguagem e Educação, no que diz respeito a alfabetização e letramento, e a importância de utilizarmos estratégias de ensino que sejam significantes aos alunos. Até penso que a troca de correspondências contemple tais aspectos, porém alguma coisa está faltando para atender a demanda desta turma e sua dificuldade na leitura e escrita.De acordo com o texto Coesão e coerência, lido nesta interdisciplina, Vidal nos coloca que:
“Investir na exploração de diferentes portadores textuais (receitas, poemas, letras musicais, fábulas, lendas, histórias em quadrinhos, etc.) no trabalho em sala de aula é uma estratégia adequada a ser utilizada pelos professores e professoras que, desta forma, estarão contribuindo para a qualificação da produção textual de escritores iniciantes.”
Assim, pensando na qualificação das produções textuais dos alunos e também ampliando o contato e vivência dos alunos enquanto leitores, em meus planejamentos irei investir mais em diferentes portadores de texto.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Diversidade étnica-semana 2 do estágio

Analisando a semana que se passou, é possível afirmar que o aluno é sujeito de sua própria formação, através de um processo interativo e democrático, onde todos tenham a possibilidade de expressar seus pensamentos e o que é significativo para si, estabelecendo relações baseadas no respeito as opiniões e a liberdade de expressão, sendo portanto o professor um agente facilitador de sua aprendizagem, através de uma dinâmica coletiva de reflexão, negociação e evolução, ou seja, alguém que possibilite novas formas de pensar, compreender e viver o mundo. Assim, as propostas que propus aos alunos foram com a intenção de promover o debate, a reflexão. Assuntos como diversidade étnica, cultura indígena e afro, foram desenvolvidas a partir de contações e vídeos, seguidos sempre de questionamentos e debates. Ouvi e fui ouvida, assim como aprendi e com certeza ensinei. Fazendo-os refletir sobre questões ainda um tanto conflituosas e rodeadas de preconceito.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobre o estágio

Ao pensar sobre minhas expectativas e planos quanto ao estágio algumas palavras me vem a mente: inovação, reflexão e principalmente observação. A observação em nossa prática docente é um instrumento que se faz necessário, pois é de grande importância para repensar as nossas ações educativas, no sentido de buscar uma interrelação de ensino/aprendizagem.
Neste sentido o “observar” exige um olhar investigativo, para que assim seja possível coletar dados significativos da realidade educativa, de modo que possam contribuir para a prática diária. Nesta observação, se faz necessário ser objetiva, clara e fiel, de acordo com o que realmente está sendo observado, sem omissão ou distorção. Destaco a contribuição de Bleger, 1988, ao afirmar que:

[...] A observação científica é objetivada, no sentido de que o observador registra o que ocorre, os fenômenos que são externos e independentes dele. Com abstração ou exclusão total de suas impressões, sensações, sentimentos e de todo subjetivo. (p.23)

Temos que ter conosco, uma abertura de aprendiz, coletar dados da realidade envoltos de muita reflexão, pois observar envolve crítica, pontos de interrogação e o cuidado de não interferir e intervir, apenas assistir de fora o que se deseja investigar. Como afirma Madalena Freire, 1992,: “A observação não é invadir espaço do outro, sem pauta, sem planejamento, nem devolução, e muito menos sem encontro marcado”. (p. 14).
Penso, que seja também um momento para que possamos refletir sobre nossa prática, planejamento, metodologia e avaliação, ou seja, é a oportunidade que temos de analisarmos o nosso próprio processo de aquisição e construção de conhecimento, repensando e redirecionando nossos conceitos de maneira que possamos atuar contribuindo significativamente no desenvolvimento da aprendizagem de nossos educandos.
Este ponto de vista é salientado na afirmação realizada por Freire, 1992, ao dizer que: “O ato de observar envolve todos os instrumentos: Reflexão, Avaliação e o Planejamento, pois todos se intercruzam no processo dialético de pensar a realidade”. (p. 12).
Logo, observar é refletir sobre como pode ser desenvolvido, em uma perspectiva crítica, o processo de construção do conhecimento em nossa prática pedagógica e por que não dizer em nossas instituições escolares.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Atividades desenvolvidas na biblioteca

O objetivo neste ano de 2010 é despertar a criança para a leitura, desenvolvendo nela o prazer de ler, podendo servir também como suporte para a comunidade em suas necessidades de informação. Para tanto, além de livros de literatura infantil, infanto-juvenil, obras de referência e de apoio e pesquisas escolares, a biblioteca também terá materiais recreativos, jogos e outros multimeios que estimulem o interesse da criança/adolescente pela leitura. Queremos que, com esse novo trabalho metodológico, que o corpo docente da escola trabalhe em equipe (biblioteca/professores), e que a biblioteca possa identificar-se em todas as oportunidades de entrosamento com o trabalho de sala de aula. E, também, como é de sua incumbência, planejar atividades na biblioteca que apóiem as ações da sala de aula, como o uso do espaço pelas diversas turmas, orientação especial aos alunos que dela necessitem colocando a disposição tanto os materiais bibliográficos como recursos de outra natureza de que a biblioteca disponha. Na realidade, queremos oferecer suporte a todo processo educacional e não apenas a uma turma de alunos, mas à totalidade do corpo docente e discente, motivando todos a uma mudança qualitativa no ensino, que se faz tão urgente. Assim, que a o longo deste ano, consigamos mostrar a todos os segmentos da escola a importância da biblioteca e o uso da mesma no seu currículo escolar, tornando-a um espaço onde é possível mexer nas estantes, escolher um livro que mais agrada, saciar a curiosidade por assuntos diversos, ler para aprender e também ler “só porque é bom ler”.
Atividades desenvolvidas pela biblioteca com o apoio do professor em sala de aula:
Projeto Livro Lido: desenvolvido pela Secretaria de Educação, onde o autor vai a escola conversar com os alunos sobre suas obras, o que precede ao trabalho desenvolvido anteriormente com as turmas a respeito de alguma obra em específico do autor.
Hora do Conto
Grupo de contadores: incentivo de alunos e, ou professores que façam contações.
Sarau na biblioteca: momento de promover encontros de grupos de alunos e professores que queiram declamar poesias, cantar, tocar, ler, entre outras coisas na biblioteca.
Troca de correspondências entre escolas.
Edição de um livro: publicação de um livro com poesias, textos dos alunos.
Reportagens: mural com as principais notícias da semana no município/estado.
Blog da escola: organizado pelos alunos com principais notícias, eventos, projetos da escola.

domingo, 28 de março de 2010

Projetos 2010

Inicio as postagens deste ano descrevendo as funções que hoje exerço dentro do espaço escolar onde atuo. Neste ano então estou envolvida com novos projetos. Um deles é com certeza o meu estágio enquanto estudante de Pedagogia na Ufrgs, outro é ter assumido 20 horas a Biblioteca da minha escola. Como todo novo desafio encarei com todo entusiasmo e energia. Estou cheia de idéias, levando para dentro da biblioteca minha experiência de professora e desejos enquanto formadora.
As escolas, têm em geral, sua biblioteca. Mas as bibliotecas escolares são, em regra, instaladas em precárias condições. Fora que alguns alunos vão a biblioteca esporadicamente para retirar livros por empréstimo, e não por prazer, mas sim por obrigação. Não faz parte da rotina escolar a frequência à biblioteca para atividades como a leitura, o estudo individual ou em grupo. Acredito, que como mediadora, a biblioteca deve organizar a utilização de materiais, a leitura, a cooperação com a educação e com o desenvolvimento cultural da comunidade escolar e dar suporte ao sistema curricular.
Neste sentido, pretendo transformá-la em um espaço de construção, preocupada com o desenvolvimento de sujeitos críticos, pois a leitura é um instrumento que possibilita informação, reflexão, transformação e libertação do homem, já que é um local de troca de saberes, capaz de reunir os conhecimentos produzidos pela humanidade e de gerar novos processos criativos entre os membros da comunidade, mediante a leitura, a escrita, os debates, os encontros, as oficinas etc.