quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ainda sobre a alfabetização de jovens e adultos

A falta de condições de trabalho e a falta de preparo, sabemos que não é somente uma realidade vivenciada em turmas de EJA, o ensino público de maneira geral passa pelas mesmas dificuldades. No entanto, é muito importante ao educador saber que existe um centro (CEDI), que preocupado com a educação e escolarização popular e aceitando o desafio, ao mesmo tempo que apóia programas, sistematiza experiências e procura criar condições de avanços de conhecimentos nesta área. Desta maneira, tendo em vista as contribuições de Paulo Freire no campo da alfabetização de adultos onde, de acordo com o autor, a alfabetização é um ato de conhecimento que não deve de maneira nenhuma estar associada apenas à memorização de palavras, sílabas ou frases desconectadas da realidade e sim partir de uma palavra geradora que, tenha um profundo significado ao educando, buscou-se então repensar a prática da alfabetização buscando subsídios nas investigações de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, que como Paulo Freire, possuem as mesmas convicções do homem enquanto sujeito da construção do seu próprio conhecimento.
De acordo com as investigações das autoras, a partir dos dados obtidos com crianças, a compreensão do código escrito, precede a entrada na escola, tanto para crianças quanto para os adultos. Desta forma deve-se na alfabetização de adultos tomar como ponto de partida o que eles sabem ao invés do que ignoram, mesmo porque a aquisição da escrita é conceitual, construída através das relações do sujeito com o meio.

Filme "Seu nome é Jonas"

No trabalho realizado em grupo,na interdisciplina de Libras, sobre o filme "Seu nome é Jonas",concluímos que ainda nos dias atuais, não tão forte como na época do filme encontramos situações como a do menino Jonas e sua família, temos limitações para nos comunicarmos com pessoas surdas e principalmente com alunos que apresentam essa dificuldade, não recebemos preparo algum para atendermos esses alunos.Frente a tal situação pensamos primeiramente na socialização e interação desses alunos com o meio em que vivem, mas isso não é suficiente necessitamos de políticas públicas que invistam na formação de professores em Libras, nos dando condições de receber uma aluno como o Jonas e sem medo consigamos atende-lo com respeito, sem preconceito oferecendo a ele todas as condições necessárias para uma inclusão verdadeira.

Alfabetização de jovens e adultos

De acordo com a leitura da autora Regina Hara proposta na interdisciplina, os desafios de educadores que atuam na área de alfabetização de adultos são muitos, dentre eles, o que acredito ser mais importante, é a questão da motivação e a garantia de uma aprendizagem com qualidade, onde ao mesmo tempo em que ensina-se os códigos da leitura e da escrita, têm-se também o desafio de ampliar o nível de consciência destes grupos, buscando uma reflexão sobre as suas realidades e sobre o mundo em que vivem.
Não tenho experiência em EJA, porém se assegurarmos, no mínimo, uma educação de qualidade em que o nosso público alvo sinta-se motivado e instigado a aprender e a refletir sobre o que é aprendido, além de ampliar, como citei anteriormente, o nível de consciência, também estaremos garantindo, provavelmente, que os mesmos não evadam destes cursos, visto que outro desafio, na EJA é a evasão. Para estes adultos, normalmente trabalhadores, além de não ser uma prioridade a questão educacional, visto que as maiores preocupações destas pessoas são com relação à moradia, saúde, entre outras coisas, também a disponibilidade de tempo para a formação é reduzida, e quando dispõem, o cansaço torna-se um limitador significativo, e se os mesmos ainda não se sentirem motivados a frequentar uma sala de aula, as probabilidades de desistência são ainda maiores.

domingo, 13 de setembro de 2009

Conceito da EJA

A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso à escrita e leitura, e nem domínio das mesmas como bens sociais, na escola ou fora dela visto que, não estar em pé de igualdade, onde o código escrito ocupa posição privilegiada é uma problemática que deve ser enfrentada, visto que o não acesso ao letramento causa danos a conquista de uma cidadania plena. Neste sentido, a reparação também deve abranger os descendentes de negros e índios, que ainda hoje sofrem as consequências de uma realidade histórica escravocrata e exploradora, representando assim, uma promessa efetiva de um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades.

domingo, 6 de setembro de 2009

Linguagem

A língua, seja falada ou escrita reflete a organização da sociedade, do mesmo modo que representa as tradições de um grupo social e evidencia traços de sua cultura. Também, tanto na linguagem oral, como na escrita, seus usos podem sofrer alterações dependendo o lugar ao qual falamos e quem nos ouve.
Neste sentido, respeitando esta diversidade, nós educadores devemos nos mobilizar no sentido de promover oportunidades de interações entre educandos, partindo de suas realidades, deixando que eles falem e também sejam ouvidos. Ao mesmo tempo, promover momentos de conversa em que haja discussão de temas, organizando espaços em que os diversos materiais escritos estejam disponíveis para consulta e apropriação por parte dos alunos. Atividades como debates, simulação de jornais falados, entrevistas, entre outras coisas em que seja necessário o uso de diferentes tipos de linguagem escrita ou oral, pode proporcionar aos nossos educandos meios de desenvolver e aplicar o uso adequado ou não adequado da linguagem nos diversos contextos.

domingo, 30 de agosto de 2009

Texto: "O menininho"

A história, apesar de a primeira vista parecer-nos um tanto quanto exagerada visto as mudanças que estão ocorrendo na prática educativa da maioria dos professores, não é impossível de ainda ocorrer nas nossas salas de aula, claro que mascarada, entre quatro paredes, entre professor/ aluno, num ambiente sem testemunhas. Quantos profissionais, que se dizem “experientes”, ainda intimidam alunos, impõem suas regras e modos de aprender. Assim, a nós educadores resta, tendo um aluno que por ventura tenha vivenciado esta realidade, proporcionar meios para despertar novamente a sua capacidade de pensar de forma crítica e criativa. Neste sentido, procuro desenvolver em sala de aula dinâmicas que possam de alguma forma proporcionar aos alunos um ambiente de interação, questionamento e liberdade para observar, comparar, supor, ajudando assim a desenvolver a autonomia do pensamento e criatividade. A interação em sala de aula é um dos elementos fundamentais na prática do professor. Quando possibilitamos as mais variadas interações, direcionamos o trabalho para a autonomia dos alunos. Assim, o aluno torna-se parceiro no processo de apropriação e construção do conhecimento. Para incentivar uma aprendizagem significativa e duradoura, em minhas aulas, utilizo instrumentos como: o debate, a pergunta, a coordenação de pequenos grupos, a exposição formal e informal de idéias, o desenvolvimento da escuta, da observação, propiciando uma rede de interações, em que as diversidades do contexto de sala de aula sejam socializadas, compreendidas e transformadas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Inclusão

A escola compreende um espaço social privilegiado onde são socializados saberes e transmitidos valores tendo em vista a transformação da sociedade. Devido a isto, penso que um dos fatores mais importantes nesta reorganização é a formação de professores, partindo do princípio que estes são o elo de ligação entre política e sociedade, e que esta é a única forma para que respondam às demandas das “novas” tarefas da educação. Como elemento chave destes novos encaminhamentos da educação está a formação do professor para a educação especial, tendo como foco a inclusão, visto que a atual política de inclusão vem “tomando corpo” nos últimos dez anos. Para Maria Helena Michels:

“A partir desta lógica, a escola regular precisa organizar-se para receber todas as crianças cujas diferenças sejam ou não explícitas. Porém, compreendo que tais diferenças são determinadas também por questões sociais, e não específicamente por diferenças individuais.”

Porém sabe-se que a formação de professores proposta hoje, não possibilita a superação da exclusão, e sim ao contrário consolida a exclusão dos alunos das classes populares, sendo eles considerados deficientes ou não, visto que a falta de preparo dos professores é uma das causas mais relevantes do insucesso escolar dos alunos.

Neste processo, torna-se necessário o investimento de políticas públicas que visem a formação continuada, permitindo ao professor aprender a lidar com classes heterogêneas, com conteúdos curriculares adaptados e diferenciados, utilizando estratégias de ensino que atenda as necessidades específicas destes alunos.

Aprendizagem segundo Piaget

Para que haja uma aprendizagem siginificativa é necessário levar em consideração o desenvolvimento global da criança, as relações que esta consegue estabelecer entre os diversos saberes, sendo que para desencadear este processo, nós educadores temos um papel fundamental, que é enxergar a criança como um “ser de poder”, que chega à escola com múltiplas informações decorrentes de tantas leituras de mundo que já realizou, que possui um repertório próprio, incluindo uma série de hipóteses sobre o mundo que a cerca, respeitando sua potencialidade, porém não esquecendo que é imprescindível fazê-la avançar.

Neste sentido, de acordo com a Epistemologia Genética de Piaget: Quanto mais se constróem estruturas de assimilação mais se abrem possibilidades para aprender. Por outro lado, quanto mais se aprende, mais se constroem estruturas de assimilação, o que garante condições para novas assimilações. Nesse processo, percebe-se a síntese continuada entre as condições estruturais do sujeito (continuidade) e as condições do meio, físico ou social (novidade): “A assimilação funciona como um desafio sobre a acomodação a qual faz originar novas formas de organização” (BECKER, 2001, p. 20-1).

E isto pode ser feito tornando educativo o meio onde estamos inseridos, ampliando as possibilidades de ações oferecendo um ambiente confiável, um meio tranquilizador, que ofereça segurança, pois deste modo estaremos contribuindo e criando condições favoráveis a aprendizagens.

Enfim,“Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade” (Inhelder, Bovet e Sinclair, 1977, p.263)“A novidade trazida pela aprendizagem e a continuidade garantida pelo desenvolvimento” (BECKER, 2001a, p.25-6).”

sábado, 1 de agosto de 2009

O que é um portfólio de aprendizagens e para que serve?

Um portfólio de aprendizagens é um instrumento de avaliação que oportuniza à alunos e professores refletir e acompanhar o processo evolutivo da aprendizagem, neste sentido, o acompanhamento por parte de professores, e o registro do aluno, são de extrema importância.
Outro aspecto importante na realização do portfólio, é o acompanhamento por parte do educando da própria aprendizagem, definindo quais trabalhos ou momentos foram mais significativos durante a caminhada, estabelecendo relações entre teoria e prática. Neste sentido, sua organização pode se dar de diversas maneiras, com relatos pessoais, experiências de aulas, trabalhos mais pontuais, pesquisas na internet, livros, jornais, etc, o importante é que lá estejam registrados suas impressões e reflexões a cerca do que foi estudado.
Ao professor, a observação sistemática do registro de seus alunos, fornece pistas sobre seus progressos e, ou dificuldades no processo de aprendizagem, indicando o quê, na continuidade do trabalho, deve ser mantido ou modificado.
Para mim, a construção do blog de aprendizagens, tem como objetivo o registro sistemático das aprendizagens obtidas ao longo do curso, desenvolvendo o hábito de reflexão e argumentação a cerca de nossa caminhada, transmitindo de maneira organizada e coerente nossas descobertas, bem como, posteriormente, agilizar o resgate destas construções a fim de realizar, ao final de cada semestre, a produção do documento propriamente dito, culminando na apresentação do workshop.

Disponível em: http://www.centrorefeducacional.com.br/portfolio.htm

Análise dos textos de Kant e Adorno

De acordo com os textos de Kant e Adorno, é incontestável o fato de que somente através do esclarecimento e de uma educação reflexiva é possível que o homem se torne um verdadeiro homem, capaz de saber discernir o certo do errado, o bem do mal. E que a única maneira de avançarmos contra o caráter manipulativo da sociedade atual é a autonomia, a reflexão e autodeterminação do sujeito, no sentido de compreender os acontecimentos históricos do passado e relacioná-los às consequências na sociedade de hoje criticamente. Para tanto, como diz Kant: “não é suficiente treinar as crianças, é preciso que aprendam a pensar.”
Também, de acordo com os autores, a única maneira de evitar-se a volta á bárbarie ou selvageria é a autonomia, a força para a reflexão, para a autodeterminação, para a não participação. Neste sentido, mais que mudanças na educação é necessário uma mudança na prática educativa, como diz Kant: “a educação é uma arte, cuja prática deve ser aperfeiçoada por várias gerações, ela é o maior e o mais árduo problema que pode ser proposto aos homens.” Assim, nós educadores temos que ter em mente a importância que a educação tem no processo de formação da consciência crítica. Somente pela educação que as pessoas serão capazes de construir a sua criticidade perante a sociedade. Consequentemente, deixarão de ser ingênuas, objeto de exploração dos poderosos e serão sujeitos do processo educativo, com consciência própria e crítica sobre a realidade. Portanto, na prática, o educador não deve só ensinar os conteúdos pré-estabelecidos, mas também ensinar aos educandos refletir sobre eles, questioná-los, tornando-se assim sujeitos de sua própria história e partícipes do processo.

Importância da Inclusão das Questões Étnico-Raciais nos currículos das escolas no Brasil

De acordo com os estudos da interdisciplina acredito que um dos motivos que torna a inclusão das questões étnico-raciais importante e fundamental é resgatar nos nossos alunos, e até mesmo em nós, a construção da identidade cultural, a busca pela ancestralidade, percebendo-se como continuador de uma história. Somente assim, como descreve sabiamente o autor, poderemos resgatar nos nossos educandos a sua identidade, o sentido de família, de pertencimento a um grupo, valores estes que, por falta de acompanhamento familiar não possuem.
Outro motivo pelo qual se torna extremamente importante o estudo das questões étnico-raciais é a reflexão e o debate acerca das relações sociais que envolvem esta consciência étnica, compreendendo as representações de raça, classe e gênero como resultado de lutas sociais mais amplas, reconhecendo os conflitos mais amplos que formam a sociedade, para convocar a todos para uma transformação desta mesma sociedade. Nesta tarefa, nós professores somos convocados a buscar a coragem de assumir riscos por uma pedagogia crítica como uma forma de política cultural. Paulo Freire nos ensina que não existe um processo educacional neutro. A educação pode funcionar como instrumento usado para facilitar a integração da geração mais jovem na lógica do sistema atual e trazer conformidade a ela, como também pode tornar-se a “prática da liberdade” - o meio através do qual homens e mulheres lidam crítica e criativamente com a realidade e descobrem como participar da transformação de seu mundo.
Educadores e educandos podem descobrir, então, um processo transformador de formas diferenciadas de re-leitura do mundo, de resistência à opressão, de visões de criticidade que os movam a reconhecer as forças que formatam a identidade, o limite da consciência reflexiva e as estratégias opressivas implícitas na forma como o conhecimento, valores e identidades são construídos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

FOTOS MOSAICO ÉTNICO

Questões Étnico-Raciais

MOSAICO ÉTNICO

A atividade foi realizada com alunos de 5º e 6º anos. Iniciei a proposta questionando-os sobre o que entendiam sobre a palavra "étnico". Depois de muitas dúvidas, disseram que étnico vinha da palavra etnia que significava raça. Expliquei que étnico era um conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa que a faz reconhecer-se pertencente a um determinado povo, ao qual se liga por traços comuns de semelhança física, cultural e histórica. Em seguida questionei-os sobre as características da turma, se todos nós tínhamos as mesmas semelhanças físicas, culturais e históricas. A turma depois de debater o assunto chegou a conclusão que não, pois cada um de nós possuía características físicas e histórias diferentes. Perguntei então se o povo brasileiro, da mesma forma que a turma, também era constituído por grupos étnicos diferenciados. Disseram que sim, existem negros, brancos e índios. Propus então que a partir de recortes de revistas a turma, dividida em grupos de 5 alunos, construísse um mosaico étnico, constituído de pessoas que representassem estas diferenças. A execução foi livre e os alunos mostraram-se muito envolvidos, por vezes reclamavam dizendo que estava difícil encontrar negros ou índios nas revistas, e que a maioria das fotos eram de pessoas brancas. Questionados a respeito disseram que os brancos tinham mais chances de se tornarem artistas, e que quando achavam fotos de negros muitas vezes os artigos envolviam crimes. Índios então praticamente não existia, porque quase não se fala neles. Enfim, a execução da atividade foi muito proveitosa e terá continuidade já que os alunos propuseram trazer fotos de casa e construir um mosaico étnico da turma.

Questões Étnico-Raciais

UM MUNDO PARA TODOS

"O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade étnico cultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade."

(Parâmetros Curriculares Nacionais)
Um mundo para todos foi um projeto desenvolvido na minha escola no ano passado, retirado do livro: Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro, da autora Rosa Margarida de Carvalho Rocha.
Para execução do projeto foram escolhidas as turmas de 2º e 3º ciclos (equivalente ao 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos do ensino de 9 anos). Estiveram envolvidos todos os professores da diversas áreas do conhecimento, numa proposta interdisciplinar, culminando numa exposição de todos os trabalhos realizados pelos alunos na Feira do Livro da nossa escola.
Segue abaixo o link para o documento contendo o projeto e os objetivos do mesmo.

domingo, 3 de maio de 2009

DESENVOLVIMENTO INFANTIL SEGUNDO PIAGET

As aprendizagens desta semana dizem respeito à teoria de Piaget e sua importância para o o entendimento da minha prática docente e planejamento pedagógico.
Para Piaget, a inteligência consiste na capacidade individual de acomodação ao meio, dessa forma, o processo cognitivo tem início nos reflexos do recém-nascido, desenvolvendo-se por estágios, até alcançar o nível adulto do raciocínio lógico. Isso ocorreria por meio de uma assimilação progressiva do meio ambiente e uma acomodação das estruturas mentais para os novos conhecimentos adquiridos do mundo em que vive.
Piaget divide o desenvolvimento em períodos de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento. É caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias.
Desse modo, estudar o desenvolvimento humano ajuda-nos a conhecer as características comuns de cada faixa etária, permitindo reconhecer as individualidades, o que nos torna mais aptos para a observação e compreensão dos comportamentos.