quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aproxima-se o final de um trimestre e é simplesmente impossível deixar de mencionar a tão problemática avaliação. Alunos nervosos, professores agitados. Falas do tipo “Hoje tem prova de matemática, não sei nada, acho que vou rodar”, são comuns nos corredores da escola. A educação mudou, os métodos mudaram. Nos é proporcionado inúmeros cursos de formação, e ainda a avaliação é motivo de polêmica no ensino. Parece que se não houver a tão temida “prova”, não é possível avaliar o meu aluno. No entanto, foi através das aprendizagens no PEAD que pude aos poucos modificar também esta concepção de avaliação.
Neste sentido, a interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação veio a contribuir significativamente nestas mudanças. Assim, compreendi que a avaliação, numa visão progressista, implica num redimensionamento participativo de todos os envolvidos com a educação. Implica numa proposição investigativa diária, real, acerca de como os alunos concebem o conhecimento.

“... A avaliação não poderá ser algo que formalmente se faz apenas para cumprir a lei, ou, num dado momento por razões de ordem exclusivamente administrativa, para atender o calendário do estabelecimento e atribuir nota ou conceito aos alunos, a ser transcrito em seus assentamentos escolares. É, antes, uma existência intrínseca do próprio processo de ensino – aprendizagem, de vez que tanto o avaliador como o sujeito precisam conhecer os resultados alcançados, inclusive para que ambos possam, quando necessário, reorientar suas atividades. Complementando essa linha de idéia, cabe ainda dizer: a avaliação em que pese sua importância, não constitui fim em si mesma, ou algo que comanda o processo de ensino – aprendizagem, antes, pelo contrário, a ele deve submeter-se.” (Parecer 231/82 do CEE)

Hoje em minha prática pedagógica, o uso da avaliação, de caráter obrigatório e como única forma de testar o conhecimento de meus alunos não existe mais. Busco outras formas de avaliar, considerando o indivíduo como parâmetro dele mesmo, o que não significa ausência de critérios e viver de improvisação, ao contrário, é a partir da observação diária do meu aluno, do olhar atento ao caderno e as atividades propostas, que consigo avaliá-lo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Reflexões sobre minha prática docente

Refletindo sobre a minha prática educativa, em como iniciei e em que tipo de educadora me transformei, acredito que houve significativas mudanças.

Inicialmente, quando comecei a dar aulas, não seguia nenhum método de ensino, tinha apenas a noção de que para educar precisava transformar os alunos em agentes críticos, autônomos e capazes de modificar a realidade social. No entanto, como deveria fazê-lo não tinha a menor idéia. Assim, simplesmente entrava na sala, dava os ditos conteúdos e cobrava posteriormente, através de avaliações, a aprendizagem.
Posso dizer que hoje tenho outro pensamento a respeito do meu papel enquanto educadora, e as aprendizagens no PEAD contribuíram significativamente para esta mudança.

Neste contexto, Paulo Freire em seus livros, nos motiva a abraçarmos a educação de forma objetiva, conscientes e certos de que é possível contribuir para a construção de um mundo mais ético, mais humano e mais solidário, e é nisto que hoje está pautada minha prática.

Diante disso, nas minhas aulas sempre procuro trazer reflexões a cerca da realidade em que vivemos, tendo em vista que é essencial o indivíduo conhecer a realidade em que vive para analisar criticamente a sua posição enquanto indivíduo membro de um grupo social. A partir desta concepção, aprender, não apenas para se adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a, e é papel do educador, não apenas o ensino dos conteúdos, mas ajudar na formação moral do educando, preparando ele, para não ser apenas um objeto da sociedade, mas um agente transformador da mesma.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Alfabetização e Letramento

Durante as semanas que passaram algumas situações fizeram-me repensar o meu planejamento. A professora titular já havia mencionado sua preocupação quanto as dificuldades dos alunos na leitura e escrita. No entanto, inicialmente, achei que poderia ser um pouco de ansiedade dela e que os alunos aos poucos, no decorrer das minhas aulas apresentariam progressos. Progressos estão havendo, porém ao pensar no projeto, que tem como foco principal a troca de correspondências, não imaginei o quanto seria difícil avançarmos por todas as etapas que a atividade necessita. De cara já me deparei com as dificuldades no preenchimento do envelope, nome completo, endereço, depois a escrita da carta propriamente dita. Precisei realizar primeiro uma simulação, escrevendo uma carta para a professora deles, onde eles íam me dizendo o que escrever e eu fazia a organização no quadro. Enfim, tais dificuldades me remeteram aos estudos realizados na interdisciplina de Linguagem e Educação, no que diz respeito a alfabetização e letramento, e a importância de utilizarmos estratégias de ensino que sejam significantes aos alunos. Até penso que a troca de correspondências contemple tais aspectos, porém alguma coisa está faltando para atender a demanda desta turma e sua dificuldade na leitura e escrita.De acordo com o texto Coesão e coerência, lido nesta interdisciplina, Vidal nos coloca que:
“Investir na exploração de diferentes portadores textuais (receitas, poemas, letras musicais, fábulas, lendas, histórias em quadrinhos, etc.) no trabalho em sala de aula é uma estratégia adequada a ser utilizada pelos professores e professoras que, desta forma, estarão contribuindo para a qualificação da produção textual de escritores iniciantes.”
Assim, pensando na qualificação das produções textuais dos alunos e também ampliando o contato e vivência dos alunos enquanto leitores, em meus planejamentos irei investir mais em diferentes portadores de texto.