domingo, 30 de agosto de 2009

Texto: "O menininho"

A história, apesar de a primeira vista parecer-nos um tanto quanto exagerada visto as mudanças que estão ocorrendo na prática educativa da maioria dos professores, não é impossível de ainda ocorrer nas nossas salas de aula, claro que mascarada, entre quatro paredes, entre professor/ aluno, num ambiente sem testemunhas. Quantos profissionais, que se dizem “experientes”, ainda intimidam alunos, impõem suas regras e modos de aprender. Assim, a nós educadores resta, tendo um aluno que por ventura tenha vivenciado esta realidade, proporcionar meios para despertar novamente a sua capacidade de pensar de forma crítica e criativa. Neste sentido, procuro desenvolver em sala de aula dinâmicas que possam de alguma forma proporcionar aos alunos um ambiente de interação, questionamento e liberdade para observar, comparar, supor, ajudando assim a desenvolver a autonomia do pensamento e criatividade. A interação em sala de aula é um dos elementos fundamentais na prática do professor. Quando possibilitamos as mais variadas interações, direcionamos o trabalho para a autonomia dos alunos. Assim, o aluno torna-se parceiro no processo de apropriação e construção do conhecimento. Para incentivar uma aprendizagem significativa e duradoura, em minhas aulas, utilizo instrumentos como: o debate, a pergunta, a coordenação de pequenos grupos, a exposição formal e informal de idéias, o desenvolvimento da escuta, da observação, propiciando uma rede de interações, em que as diversidades do contexto de sala de aula sejam socializadas, compreendidas e transformadas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Inclusão

A escola compreende um espaço social privilegiado onde são socializados saberes e transmitidos valores tendo em vista a transformação da sociedade. Devido a isto, penso que um dos fatores mais importantes nesta reorganização é a formação de professores, partindo do princípio que estes são o elo de ligação entre política e sociedade, e que esta é a única forma para que respondam às demandas das “novas” tarefas da educação. Como elemento chave destes novos encaminhamentos da educação está a formação do professor para a educação especial, tendo como foco a inclusão, visto que a atual política de inclusão vem “tomando corpo” nos últimos dez anos. Para Maria Helena Michels:

“A partir desta lógica, a escola regular precisa organizar-se para receber todas as crianças cujas diferenças sejam ou não explícitas. Porém, compreendo que tais diferenças são determinadas também por questões sociais, e não específicamente por diferenças individuais.”

Porém sabe-se que a formação de professores proposta hoje, não possibilita a superação da exclusão, e sim ao contrário consolida a exclusão dos alunos das classes populares, sendo eles considerados deficientes ou não, visto que a falta de preparo dos professores é uma das causas mais relevantes do insucesso escolar dos alunos.

Neste processo, torna-se necessário o investimento de políticas públicas que visem a formação continuada, permitindo ao professor aprender a lidar com classes heterogêneas, com conteúdos curriculares adaptados e diferenciados, utilizando estratégias de ensino que atenda as necessidades específicas destes alunos.

Aprendizagem segundo Piaget

Para que haja uma aprendizagem siginificativa é necessário levar em consideração o desenvolvimento global da criança, as relações que esta consegue estabelecer entre os diversos saberes, sendo que para desencadear este processo, nós educadores temos um papel fundamental, que é enxergar a criança como um “ser de poder”, que chega à escola com múltiplas informações decorrentes de tantas leituras de mundo que já realizou, que possui um repertório próprio, incluindo uma série de hipóteses sobre o mundo que a cerca, respeitando sua potencialidade, porém não esquecendo que é imprescindível fazê-la avançar.

Neste sentido, de acordo com a Epistemologia Genética de Piaget: Quanto mais se constróem estruturas de assimilação mais se abrem possibilidades para aprender. Por outro lado, quanto mais se aprende, mais se constroem estruturas de assimilação, o que garante condições para novas assimilações. Nesse processo, percebe-se a síntese continuada entre as condições estruturais do sujeito (continuidade) e as condições do meio, físico ou social (novidade): “A assimilação funciona como um desafio sobre a acomodação a qual faz originar novas formas de organização” (BECKER, 2001, p. 20-1).

E isto pode ser feito tornando educativo o meio onde estamos inseridos, ampliando as possibilidades de ações oferecendo um ambiente confiável, um meio tranquilizador, que ofereça segurança, pois deste modo estaremos contribuindo e criando condições favoráveis a aprendizagens.

Enfim,“Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade” (Inhelder, Bovet e Sinclair, 1977, p.263)“A novidade trazida pela aprendizagem e a continuidade garantida pelo desenvolvimento” (BECKER, 2001a, p.25-6).”

sábado, 1 de agosto de 2009

O que é um portfólio de aprendizagens e para que serve?

Um portfólio de aprendizagens é um instrumento de avaliação que oportuniza à alunos e professores refletir e acompanhar o processo evolutivo da aprendizagem, neste sentido, o acompanhamento por parte de professores, e o registro do aluno, são de extrema importância.
Outro aspecto importante na realização do portfólio, é o acompanhamento por parte do educando da própria aprendizagem, definindo quais trabalhos ou momentos foram mais significativos durante a caminhada, estabelecendo relações entre teoria e prática. Neste sentido, sua organização pode se dar de diversas maneiras, com relatos pessoais, experiências de aulas, trabalhos mais pontuais, pesquisas na internet, livros, jornais, etc, o importante é que lá estejam registrados suas impressões e reflexões a cerca do que foi estudado.
Ao professor, a observação sistemática do registro de seus alunos, fornece pistas sobre seus progressos e, ou dificuldades no processo de aprendizagem, indicando o quê, na continuidade do trabalho, deve ser mantido ou modificado.
Para mim, a construção do blog de aprendizagens, tem como objetivo o registro sistemático das aprendizagens obtidas ao longo do curso, desenvolvendo o hábito de reflexão e argumentação a cerca de nossa caminhada, transmitindo de maneira organizada e coerente nossas descobertas, bem como, posteriormente, agilizar o resgate destas construções a fim de realizar, ao final de cada semestre, a produção do documento propriamente dito, culminando na apresentação do workshop.

Disponível em: http://www.centrorefeducacional.com.br/portfolio.htm

Análise dos textos de Kant e Adorno

De acordo com os textos de Kant e Adorno, é incontestável o fato de que somente através do esclarecimento e de uma educação reflexiva é possível que o homem se torne um verdadeiro homem, capaz de saber discernir o certo do errado, o bem do mal. E que a única maneira de avançarmos contra o caráter manipulativo da sociedade atual é a autonomia, a reflexão e autodeterminação do sujeito, no sentido de compreender os acontecimentos históricos do passado e relacioná-los às consequências na sociedade de hoje criticamente. Para tanto, como diz Kant: “não é suficiente treinar as crianças, é preciso que aprendam a pensar.”
Também, de acordo com os autores, a única maneira de evitar-se a volta á bárbarie ou selvageria é a autonomia, a força para a reflexão, para a autodeterminação, para a não participação. Neste sentido, mais que mudanças na educação é necessário uma mudança na prática educativa, como diz Kant: “a educação é uma arte, cuja prática deve ser aperfeiçoada por várias gerações, ela é o maior e o mais árduo problema que pode ser proposto aos homens.” Assim, nós educadores temos que ter em mente a importância que a educação tem no processo de formação da consciência crítica. Somente pela educação que as pessoas serão capazes de construir a sua criticidade perante a sociedade. Consequentemente, deixarão de ser ingênuas, objeto de exploração dos poderosos e serão sujeitos do processo educativo, com consciência própria e crítica sobre a realidade. Portanto, na prática, o educador não deve só ensinar os conteúdos pré-estabelecidos, mas também ensinar aos educandos refletir sobre eles, questioná-los, tornando-se assim sujeitos de sua própria história e partícipes do processo.

Importância da Inclusão das Questões Étnico-Raciais nos currículos das escolas no Brasil

De acordo com os estudos da interdisciplina acredito que um dos motivos que torna a inclusão das questões étnico-raciais importante e fundamental é resgatar nos nossos alunos, e até mesmo em nós, a construção da identidade cultural, a busca pela ancestralidade, percebendo-se como continuador de uma história. Somente assim, como descreve sabiamente o autor, poderemos resgatar nos nossos educandos a sua identidade, o sentido de família, de pertencimento a um grupo, valores estes que, por falta de acompanhamento familiar não possuem.
Outro motivo pelo qual se torna extremamente importante o estudo das questões étnico-raciais é a reflexão e o debate acerca das relações sociais que envolvem esta consciência étnica, compreendendo as representações de raça, classe e gênero como resultado de lutas sociais mais amplas, reconhecendo os conflitos mais amplos que formam a sociedade, para convocar a todos para uma transformação desta mesma sociedade. Nesta tarefa, nós professores somos convocados a buscar a coragem de assumir riscos por uma pedagogia crítica como uma forma de política cultural. Paulo Freire nos ensina que não existe um processo educacional neutro. A educação pode funcionar como instrumento usado para facilitar a integração da geração mais jovem na lógica do sistema atual e trazer conformidade a ela, como também pode tornar-se a “prática da liberdade” - o meio através do qual homens e mulheres lidam crítica e criativamente com a realidade e descobrem como participar da transformação de seu mundo.
Educadores e educandos podem descobrir, então, um processo transformador de formas diferenciadas de re-leitura do mundo, de resistência à opressão, de visões de criticidade que os movam a reconhecer as forças que formatam a identidade, o limite da consciência reflexiva e as estratégias opressivas implícitas na forma como o conhecimento, valores e identidades são construídos.