quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Frutos do PEAD

Quando penso sobre a minha prática antes e depois do curso, já não me reconheço. A Universidade, através de seus professores, contribuiu significativamente para o meu crescimento pessoal e intelectual. Ao longo deste processo consegui construir e ampliar meus conhecimentos, pondo em prática o que, no decorrer do curso, foi fundamentado teoricamente nas aulas.

Ao iniciar o PEAD existiam muitas dúvidas, não que hoje elas não existam, mas sei que, com as leituras e com a prática, algumas certezas ficaram e, entre essas encontrei segurança para afirmar que, nós professores, não fazemos milagres, mas podemos criar um ambiente informal e agradável de aprendizagem e diálogo. Muitas vezes, observo que professores, ainda hoje, associam aprendizagem a alunos quietos, comportados. E que uma aula realmente produtiva é quando todos baixam a cabeça e trabalham, sem barulho ou questionamento. Paulo Freire (2005) faz uma afirmação que expressa muito bem o quanto a ação é importante na construção do conhecimento. Segundo ele, não é no silêncio que os seres humanos se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação e reflexão.

Enfim, encerra-se aqui esta etapa, mas não a busca. O que sou hoje é fruto de muito estudo, dedicação e, sobretudo, disponibilidade de mudar. E a nós, educadores, cabe o compromisso de garantir a educação do aluno. Fazemos parte da história de cada um, assim como ele também faz parte da nossa história. É essa consciência que deve nos dar força para romper o preestabelecido, traçar caminhos que sejam capazes de modificar, transformar e garantir a maior participação possível

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

De acordo com a interdisciplina Linguagem e Educação

É comum identificarmos, ainda hoje, em nossas escolas técnicas de alfabetização, onde professores, apesar de recém formados, alfabetizam considerando apenas o processo de aquisição de códigos alfabéticos e numéricos, ignorando o fato de recebermos em nossas classes sujeitos já letrados. No entanto, considerando o trabalho com a linguagem, enquanto educadores, devemos privilegiar a leitura e a escrita no que concerne as várias possibilidade de falar e escrever um texto, de acordo com o contexto, o objetivo e quem vai recebê-lo. Só assim, valorizando as pessoas que os alunos são e os conhecimentos que tem, considerando seu modos de falar e suas histórias poderemos pensar numa educação para a libertação e não alienação. De acordo com as considerações de Kleiman, 2006, sobre a linguagem oral e escrita:

Um olhar que veja a linguagem oral e escrita não através das diferenças formais, mas através das semelhanças constitutivas, permite que pensemos a aquisição da escrita como um processo que dá continuidade ao desenvolvimento linguístico da criança, substituindo o processo de ruptura, que subjaz e determina a práxis escolar(v. por exemplo, de Lemos, 1983; Terzi, 1992, e neste volume).”

Partindo deste princípio, e da difícil realidade enfrentada por nós professores de séries iniciais na exploração da linguagem oral e escrita, e do fascínio que o computador exerce sobre as crianças, as tecnologias podem ser usadas enquanto meio de continuidade ao desenvolvimento linguistico do aluno, já que fazem parte do cotidiano dos mesmos, potencializando aprendizagens.

Tipos de Linguagem

Ainda na interdisciplina de Linguagem e Educação aprendemos que na convivência social, é importante saber empregar uma linguagem adequada nas diferentes situações. Por exemplo, em casa ou numa roda de amigos, o tipo de linguagem utilizada pode ser mais descontraída, já numa entrevista de emprego, ou no ambiente de trabalho, deve-se utilizar uma linguagem mais formal. Da mesma forma ocorre com a escrita, que nem sempre é formal ou planejada, como é o caso da escrita de um recado ou bilhete, ao contrário, ao fazer um discurso em público, se faz necessário uma clareza e organização maior. O mesmo acontece com os recursos disponibilizados na internet, nas salas de Bate-papo ou no MSN, a linguagem é mais informal, já quando é necessário a realização de um trabalho escolar, por exemplo, esta linguagem não é adequada.

No entanto, tais diferenças leva-nos a refletir sobre o processo de ensino, no que diz respeito ao trabalho com oralidade, leitura e escrita na escola hoje. Será que estamos respeitando a diversidade cultural nas nossas salas de aula? E se estamos respeitando, também levamos novos conhecimentos, agregando ao repertório de nossos alunos outros tipos de produção escrita, demonstrando seus diferentes usos?

Linguagem e internet

Nos estudos realizados na interdisciplina Linguagem e Educação do eixo VII, aprendemos que a língua, seja falada ou escrita reflete a organização da sociedade, do mesmo modo que representa as tradições de um grupo social e evidencia traços de sua cultura. Também, tanto na linguagem oral, como na escrita, seus usos podem sofrer alterações dependendo o lugar ao qual falamos e quem nos ouve. Se pensarmos sobre estes diferentes tipos de usos da linguagem e a internet perceberemos que uma nova forma de uso da linguagem surgiu, e o uso de ferramentas como o MSN exemplifica perfeitamente o novo tipo de uso coloquial da linguagem. Para o educador atento, explorar o uso da informática virtual e seus diversos tipos de linguagem pode ser um importante diferencial no que se refere a uma aprendizagem significativa que reflete a organização da sociedade contemporânea.

Comunicar-se com diversas pessoas conectadas na rede, desenvolver pesquisas através de consulta aos textos e hipertextos na internet, disponibilizar uma página pessoal criando uma identidade dentro da rede, estes são alguns dos projetos que se desenvolvem nas escolas.

O lugar que a internet vem ocupando na educação, quando orientado pelos professores e pelas professoras, é caracterizado como uma estratégia democrática de expressão para os alunos e as alunas.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Reflexão sobre o papel do professor

Pensando na minha prática e no meu papel enquanto educadora, o PEAD certamente teve um papel fundamental em cada mudança. Hoje, acredito que o professor ideal é aquele que interage com os alunos, se comunica, e se junta ao aluno na aventura que é descobrir o novo. Porém sabemos que a realidade é bem diferente, ainda temos muitos professores presos ao passado, e embora tenham cursado até mesmo as melhores faculdades, suas teorias estão longe de uma prática educativa centrada no aluno e em suas experiências. Convivo com muitos professores que passam o dia reclamando e falando o quão árduo é o dia de trabalho, que os alunos não querem aprender. Muitas vezes me pego analisando tais colegas e pensando o que será que estão fazendo ali, se desacreditam na educação e no futuro das nossas crianças. O que será que fazem para despertar o interesse do seu aluno? Será que despertam neles o gosto pelo saber?

Este é o grande desafio de cada educador hoje: despertar no aluno a curiosidade, o gosto pelo aprender. Não é ensinar respostas, é ensinar à pensar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eixo VI, filosofia e o conhecimento

Ainda no eixo VI, na interdisciplina de Filosofia, de acordo com os textos de Kant e Adorno, é incontestável o fato de que somente através do esclarecimento e de uma educação reflexiva é possível que o homem se torne um verdadeiro homem, capaz de saber discernir o certo do errado, o bem do mal. E que a única maneira de avançarmos contra o caráter manipulativo da sociedade atual é a autonomia, a reflexão e autodeterminação do sujeito, no sentido de compreender os acontecimentos históricos do passado e relacioná-los às consequências na sociedade de hoje criticamente. Para tanto, como diz Kant, não é suficiente treinar as crianças, é preciso que aprendam a pensar.

Assim, se corretamente utilizada, a informática educativa, pode ser excelente aliada do professor, na medida em que o seu desejo seja de tornar-se um facilitador do aprendizado, conduzindo os alunos, de forma individualizada, à busca própria do conhecimento. O quadro-negro substituído pela tela do computador, e o giz pelo mouse. O mundo real se transformaria na realidade virtual das telas do computador, abertas à exploração livre do aluno. Desta forma, a escola deixaria de ser o ambiente chato, obsoleto, ultrapassado, e assemelhar-se mais ao mundo que a criança realmente vivencia fora da escola, cercada de estímulos visuais.

Estudos sobre Piaget e a aprendizagem na informática

No eixo VI, na interdisciplina Psicologia II, os estudos sobre Piaget e suas concepções sobre o processo de aprendizagem, são certamente condizentes com o objetivo que é proposto no uso das Tics na educação, visto que a informática não se resume em um computador centralizado num laboratório da escola, com a finalidade de conectar-se à internet ou para ensinar a usar um editor de texto ou uma planilha de cálculos. A informática é aquela que vai estar presente na sala de aula, mediada pelo professor, para apresentar complemento às atividades desenvolvidas em sala de aula utilizando algum computador e softwares específicos para auxiliar as atividades de geografia, história, matemática, etc..., utilizando softwares específicos dessas disciplinas para propor ao aluno um modelo diferente de aprendizado. Modelo este que, assim como as concepções de Piaget, se constrói através da ação, a partir das relações que as crianças estabelecem com o mundo. Piaget considera que um dos objetivos principais deve ser ensinar a criança a observar os fatos cuidadosamente, perguntar, interpretar e registrar, e isto é também proporcionado pela informática educativa.

Sabendo disso, o educador deve promover atividades que possibilite aos educandos reconhecer-se como sujeito ativo e participante do processo de aprendizagem, situando-se nos diferentes espaços e tempos existentes, compreendendo as relações através da interação com o meio.