segunda-feira, 22 de novembro de 2010

De acordo com a interdisciplina Linguagem e Educação

É comum identificarmos, ainda hoje, em nossas escolas técnicas de alfabetização, onde professores, apesar de recém formados, alfabetizam considerando apenas o processo de aquisição de códigos alfabéticos e numéricos, ignorando o fato de recebermos em nossas classes sujeitos já letrados. No entanto, considerando o trabalho com a linguagem, enquanto educadores, devemos privilegiar a leitura e a escrita no que concerne as várias possibilidade de falar e escrever um texto, de acordo com o contexto, o objetivo e quem vai recebê-lo. Só assim, valorizando as pessoas que os alunos são e os conhecimentos que tem, considerando seu modos de falar e suas histórias poderemos pensar numa educação para a libertação e não alienação. De acordo com as considerações de Kleiman, 2006, sobre a linguagem oral e escrita:

Um olhar que veja a linguagem oral e escrita não através das diferenças formais, mas através das semelhanças constitutivas, permite que pensemos a aquisição da escrita como um processo que dá continuidade ao desenvolvimento linguístico da criança, substituindo o processo de ruptura, que subjaz e determina a práxis escolar(v. por exemplo, de Lemos, 1983; Terzi, 1992, e neste volume).”

Partindo deste princípio, e da difícil realidade enfrentada por nós professores de séries iniciais na exploração da linguagem oral e escrita, e do fascínio que o computador exerce sobre as crianças, as tecnologias podem ser usadas enquanto meio de continuidade ao desenvolvimento linguistico do aluno, já que fazem parte do cotidiano dos mesmos, potencializando aprendizagens.

Tipos de Linguagem

Ainda na interdisciplina de Linguagem e Educação aprendemos que na convivência social, é importante saber empregar uma linguagem adequada nas diferentes situações. Por exemplo, em casa ou numa roda de amigos, o tipo de linguagem utilizada pode ser mais descontraída, já numa entrevista de emprego, ou no ambiente de trabalho, deve-se utilizar uma linguagem mais formal. Da mesma forma ocorre com a escrita, que nem sempre é formal ou planejada, como é o caso da escrita de um recado ou bilhete, ao contrário, ao fazer um discurso em público, se faz necessário uma clareza e organização maior. O mesmo acontece com os recursos disponibilizados na internet, nas salas de Bate-papo ou no MSN, a linguagem é mais informal, já quando é necessário a realização de um trabalho escolar, por exemplo, esta linguagem não é adequada.

No entanto, tais diferenças leva-nos a refletir sobre o processo de ensino, no que diz respeito ao trabalho com oralidade, leitura e escrita na escola hoje. Será que estamos respeitando a diversidade cultural nas nossas salas de aula? E se estamos respeitando, também levamos novos conhecimentos, agregando ao repertório de nossos alunos outros tipos de produção escrita, demonstrando seus diferentes usos?

Linguagem e internet

Nos estudos realizados na interdisciplina Linguagem e Educação do eixo VII, aprendemos que a língua, seja falada ou escrita reflete a organização da sociedade, do mesmo modo que representa as tradições de um grupo social e evidencia traços de sua cultura. Também, tanto na linguagem oral, como na escrita, seus usos podem sofrer alterações dependendo o lugar ao qual falamos e quem nos ouve. Se pensarmos sobre estes diferentes tipos de usos da linguagem e a internet perceberemos que uma nova forma de uso da linguagem surgiu, e o uso de ferramentas como o MSN exemplifica perfeitamente o novo tipo de uso coloquial da linguagem. Para o educador atento, explorar o uso da informática virtual e seus diversos tipos de linguagem pode ser um importante diferencial no que se refere a uma aprendizagem significativa que reflete a organização da sociedade contemporânea.

Comunicar-se com diversas pessoas conectadas na rede, desenvolver pesquisas através de consulta aos textos e hipertextos na internet, disponibilizar uma página pessoal criando uma identidade dentro da rede, estes são alguns dos projetos que se desenvolvem nas escolas.

O lugar que a internet vem ocupando na educação, quando orientado pelos professores e pelas professoras, é caracterizado como uma estratégia democrática de expressão para os alunos e as alunas.