É comum identificarmos, ainda hoje, em nossas escolas técnicas de alfabetização, onde professores, apesar de recém formados, alfabetizam considerando apenas o processo de aquisição de códigos alfabéticos e numéricos, ignorando o fato de recebermos em nossas classes sujeitos já letrados. No entanto, considerando o trabalho com a linguagem, enquanto educadores, devemos privilegiar a leitura e a escrita no que concerne as várias possibilidade de falar e escrever um texto, de acordo com o contexto, o objetivo e quem vai recebê-lo. Só assim, valorizando as pessoas que os alunos são e os conhecimentos que tem, considerando seu modos de falar e suas histórias poderemos pensar numa educação para a libertação e não alienação. De acordo com as considerações de Kleiman, 2006, sobre a linguagem oral e escrita:
“Um olhar que veja a linguagem oral e escrita não através das diferenças formais, mas através das semelhanças constitutivas, permite que pensemos a aquisição da escrita como um processo que dá continuidade ao desenvolvimento linguístico da criança, substituindo o processo de ruptura, que subjaz e determina a práxis escolar(v. por exemplo, de Lemos, 1983; Terzi, 1992, e neste volume).”
Partindo deste princípio, e da difícil realidade enfrentada por nós professores de séries iniciais na exploração da linguagem oral e escrita, e do fascínio que o computador exerce sobre as crianças, as tecnologias podem ser usadas enquanto meio de continuidade ao desenvolvimento linguistico do aluno, já que fazem parte do cotidiano dos mesmos, potencializando aprendizagens.